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a full moon seen through the branches of a tree

PŪRṆIMĀ EM JYEṢṬHĀ | 11 DE JUNHO, 4h43 (Brasília)

No amanhecer de 11 de junho, a Lua transborda em sua plenitude nos 26º de Vṛścika (Escorpião sideral).

Manú | Karuṇā Devī Dāsī

6/10/20252 min read

a red moon is seen in the night sky
a red moon is seen in the night sky

No amanhecer de 11 de junho, a Lua transborda em sua plenitude nos 26º de Vṛścika (Escorpião sideral), dentro dos domínios intensos e transformadores de Jyeṣṭhā Nakṣatra, a estrela mais velha, regida por Indra, o rei dos deuses védicos. Este é o ponto de debilidade da Candra, onde a mente mergulha em suas águas mais densas e psíquicas.

Mas... por que tanta intensidade?

Porque Vṛścika é regido por Maṅgala (Marte), o planeta da guerra, da ação, do impulso vital. E ali, a Lua, símbolo da nutrição emocional, da memória e da mente, precisa se render a forças que lhe são, por natureza, desconfortáveis. A fluidez da psique encontra resistência; e esse confronto gera tensão interna, mas também desbloqueios poderosos para quem aceita o convite de olhar para dentro.

Jyeṣṭhā, situada na cauda do escorpião, onde astronômicamente encontra-se a estrela Antares (α Scorpii), é uma morada lunar que fala de poder interno, de sabedoria adquirida com dor, de autoridade conquistada com solidão. Não é um Nakṣatra fácil. Mas é um dos mais alquímicos.

Essa Lua Cheia pode provocar “ferrões” emocionais, gatilhos, crises, memórias dolorosas, não para destruir, mas para iniciar processos de purificação profunda. É um tempo para soltar camadas antigas ligadas a culpa, vergonha, segredos, traumas familiares e instintos primitivos de sobrevivência. Há uma libertação emocional a caminho, mas ela vem através do confronto.

Indra, seu regente, é o protetor das dimensões celestes, senhor do relâmpago, do trovão e das águas, símbolo de soberania espiritual, mas também de orgulho e disputas. Jyeṣṭhā carrega o dharma de proteger os mais frágeis, mas também de aprender a não se isolar por autoproteção. A sua força está em reconhecer que vulnerabilidade também é poder, e que nem todo afastamento é sabedoria. Às vezes, é só medo disfarçado de autossuficiência.

Essa lunação é um portal de limpeza cármica. Padrões antigos, votos de outras vidas, memórias transgeracionais, tudo pode emergir. Mas também é uma bênção para práticas como japa, meditação silenciosa, escrita intuitiva, imersão na natureza e rituais de liberação. Escute seu corpo e sua intuição: o que precisa morrer em você para que você possa renascer?

Em paralelo, Maṅgala em Siṁha (Leão), ainda em seus últimos graus gandanta, envia seu 4º aspecto direto à Lua. Isso aquece ainda mais as emoções e pode trazer intensidade ao campo doméstico, familiar e íntimo. Cuidado com reações impulsivas. Apaixone-se por sua profundidade, mas não se perca nela. O autocuidado aqui é aprender a respirar na tormenta.

Rituais de água, banhos de limpeza, óleos calmantes, japa de mantras para a mente e a memória, como o mantra de Candra ou Śiva, são remédios suaves, mas eficazes.

Acolha a sua escuridão com compaixão. E lembre-se: o escorpião só pica quando sente que não tem mais saída. Permita-se escolher outros caminhos. Com coragem, com clareza, com presença.

Jai Jagatambe
Karuṇā Devī Dāsī – a serviço da Deus
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