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Amāvasyā em Rohiṇī: enraizar para florescer

No coração de Vṛṣabha (Touro sideral), Sol e Lua se unem no Nakṣatra de Rohiṇī, a mais fértil e magnética das moradas lunares.

Manú I Karuṇā Devī Dāsī

5/26/20253 min read

a bronze statue of a man playing a flute
a bronze statue of a man playing a flute

No instante em que Sol (Sūrya) e Lua (Candra) se encontram na abóbada celeste, inicia-se mais do que um novo ciclo lunar. É um chamado silencioso ao retorno para dentro. Em 27 de maio de 2025, às 00h02 (horário de Brasília), teremos uma Amāvasyā a 11º de Vṛṣabha (Touro), no sideral, sob a regência de Rohiṇī Nakṣatra, uma das moradas mais férteis da Lua.

Este é um momento de profunda potência fértil, não apenas no sentido biológico, mas espiritual, emocional e vibracional. Rohiṇī, cujo nome significa “a vermelha”, é o Nakṣatra mais querido de Candra, regido por Prajāpati (Brahmā), o Criador do universo manifestado. Este é o solo simbólico onde o desejo se transforma em vida.

A Lua exaltada, o Sol faminto

Durante esta lunação, Candra se encontra exaltado, radiante e nutridor, enquanto Sūrya passa por kṣudhita avasthā, o estado de “fome” ou privação de vitalidade. Isso indica que a energia solar, racional, ativa, yang , e cede espaço à sabedoria fluida, intuitiva e receptiva do feminino lunar. É um momento mais propenso ao recolhimento, à introspecção e ao acolhimento dos sentidos sutis.

Além disso, dois grahas aquáticos predominam: Śukra (Vênus) segue exaltado em Mīna (Peixes), no Nakṣatra de Revatī, trazendo um tom místico, sonhador e amoroso. Enquanto isso, Maṇgala (Marte) permanece debilitado em Karka (Câncer), o que reforça um campo energético de menor impulso e ação externa, mas com maior capacidade de sentir e processar emoções profundas.

Rohiṇī é um campo fértil de Śaktī, a força criadora do universo. Simbolizado por uma carruagem, este Nakṣatra evoca movimento, beleza, magnetismo e encarnação sensível. Ele não grita. Ele pulsa. E nos convida a plantar com consciência:

“O que você deseja cultivar?”
“E com o que está alimentando esse desejo?”

Vṛṣabha, signo fixo de Terra, não se apressa. Ele ensina que a manifestação é lenta, paciente e orgânica — como uma semente que germina em seu próprio tempo. Essa lunation pede presença, cuidado e devotamento à vida sensível.

Durante a conjunção solar-lunar, Budha (Mercúrio) também transita Vṛṣabha, em Kṛttikā Nakṣatra — simbolizado por uma lâmina de fogo. Este posicionamento oferece clareza mental, poder de foco e discernimento. Enquanto Rohiṇī ativa o campo do desejo e da sensualidade, Budha em Kṛttikā nos pergunta com firmeza:

“Isso está alinhado com sua verdade?”

É um bom momento para nomear sentimentos, planejar com precisão e refinar as intenções. A comunicação interna e externa ganha força espiritual quando atravessada pela verdade essencial.

Ketu, o nodo sul da Lua, lança seu 10º aspecto (dṛṣṭi) a partir de Siṃha (Leão), em Uttara Phalgunī Nakṣatra. Essa influência espiritualiza os desejos, desafiando apegos egoicos e expectativas performáticas.

“Você está criando a partir da alma ou representando um papel?”

Śani (Saturno), agora em Mīna (Peixes), lança seu 3º aspecto sobre a Lua Nova, oferecendo estrutura, realidade e prudência. Não nega o florescimento, mas exige responsabilidade:

“Você está preparado para sustentar aquilo que deseja?”

Saturno aqui é como um mestre jardineiro que nos lembra que cuidar importa mais que sonhar.

Com Śukra exaltado em Revatī, sentimos o convite da Deusa para curar com beleza. Arte, música, poesia, natureza e toque afetuoso tornam-se portais de presença espiritual. A beleza, aqui, não é vaidade: é oração, é bálsamo, é caminho de retorno à alma.

Recomendações para esta lunação:

  • Faça uma pausa consciente. Escute seu corpo.

  • Escreva intenções enraizadas, não ilusórias.

  • Medite conectando-se à força criadora do universo.

  • Permita-se suavizar. Acolha as lágrimas. Nutra com poesia.

  • Pratique presença: toque, olhe, respire.
    A Deusa está nos detalhes.

Reflita:

  • Quais desejos parecem maduros o suficiente para enraizar?

  • O que estou cultivando com devoção?

  • O que está me nutrindo de verdade? O que está me drenando?

  • Onde posso criar mais espaço para beleza e silêncio?

Rohiṇī fala em sussurros.
Ela não exige. Ela convida.
Que possamos ouvir.

Jai Ambe Jai Jagatambe!
Karuṇā Devī Dāsī – serva da Deusa, serva de Rādhā